Nossa história
Este é o início de uma longa história, sonhada no ano de 1964, pelo então Pároco da Paróquia de Santo Antônio da Contorno, Pe. Agnaldo Leal, que coordenava as Obras de Ação Social Santo Antônio na rua Iraí, assistência médica no Posto de Saúde “Tia Amância”, Jardim de Infância “Maria Goretti”, Escola Santa Lúcia e Escola Profissional “José Carpinteiro”.
O que já existia fazia eco com o carisma de Ludovico Pavoni e assim, a Congregação dos Filhos de Maria Imaculada (Pavonianos) se estabelece em Belo Horizonte e em homenagem àquele que cuidava das obras assistenciais na região do bairro Coração de Jesus as nominam de: “Obras Sociais Padre Agnaldo”.
Dom João de Resende Costa era o então o Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte. A cidade crescia, expandindo-se para além dos limites da Av. do Contorno e, além do bairro Coração de Jesus, surge um novo núcleo, que viria a se tornar também bairro sob o nome de Vila Paris.

A Arquidiocese estava atenta à expansão populacional. Já se respirava os ares do Concílio Vaticano II e Dom João de Resende Costa sente a necessidade de criar uma nova Comunidade Paroquial, visando um maior e melhor cuidado com o povo cristão e também com o olhar na “opção preferencial pelos pobres” que o Concílio pedia na renovação da Igreja.osta era o então o Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte. A cidade crescia, expandindo-se para além dos limites da Av. do Contorno e, além do bairro Coração de Jesus, surge um novo núcleo, que viria a se tornar também bairro sob o nome de Vila Paris.
Juntando todas as necessidades, o Arcebispo cria a nova Paróquia sob o título de Nossa Senhora Mãe da Igreja, desmembrando-a das Paróquias Santo Antônio e Santo Inácio e a confia aos cuidados dos Pavonianos.
Nada é fácil no começo e para a recém-criada Paróquia não seria diferente. Era preciso um lugar para que acontecessem as práticas litúrgicas e o Povo de Deus pudesse se reunir para celebrar. Não havia...
Dom João sugere que fosse a Capela do Colégio Sacré Coeur de Jésus (posteriormente Colégio Pitágoras), por se tratar de um templo amplo e muito lindo e as Irmãs do Sagrado Coração de Jesus concordam, cedendo o espaço com entrada pela rua Madalena Sofia, nº 10, onde havia inclusive espaço de estacionamento para os paroquianos.
A Secretaria Paroquial que funcionava numa pequena sala cedida pelas Obras Sociais Pe. Agnaldo com entrada pela rua Iraí, também é transferida para o novo espaço.


Assim, em 05 de novembro de 1968 era criada a Paróquia Nossa Senhora Mãe da Igreja.
Os Pavonianos tinham dificuldades em arrebanhar pessoas com disposição e vontade de assumir os compromissos paroquiais, compor as pastorais que se faziam necessárias face ao crescimento da região. Decidem por devolver a Paróquia à Arquidiocese, para que pudesse ser nomeado um sacerdote que cuidasse da comunidade, dando-lhe novo ânimo.
Era então, o dia 07 de fevereiro de 1981, conduzido por Dom Arnaldo Ribeiro, Bispo Auxiliar de Belo Horizonte, chega Pe. Danilo Mamede de Campos Rodrigues, e toma posse como Primeiro Vigário Diocesano da Paróquia Nossa Senhora Mãe da Igreja. Como ele mesmo declarou: “uma aventura de Amor e Fé”. E isto se confirmaria...
Eram presenças marcantes como Igreja: as Beneditinas (do Mosteiro), Filhas de Jesus (Ex Noviciado da Santíssima Trindade), os Pavonianos e religiosas do Sacré Couer de Jésus.
Paróquia e Obras Sociais eram como um todo, sem distinção. Não havia Casa Paroquial, carro, nenhum patrimônio, a Capela onde estava sediada a Paróquia provisoriamente era pouco conhecida e recursos nenhum. Não havia dívidas, mas também não havia caixa para fazer face às despesas.
Além da Matriz provisória existiam as Capelas: Santa Cruz no Morro do Papagaio, Santa Lúcia na Barragem Santa Lúcia, Santa Maria no Conjunto Santa Maria. As atividades pastorais se resumiam ao Apostolado da Oração, a Catequese Infanto Juvenil, o Grupo de Jovens e a administração dos Sacramentos.
Tudo significava desafios! O Templo era mantido pelas “ovélhas” do Apostolado da Oração, jeito carinhoso usado para tratá-las. Dizimistas quase se podia contar nas mãos e a arrecadação precisava acontecer porta a porta, trabalho realizado pelos jovens, que aproveitavam para também coletar leite em pó para as obras sociais. A Catequese tinha em sua essência a frequência das crianças dos morros circunvizinhos e poucas crianças filhos dos moradores da Matriz a frequentavam.


E novos desafios despontavam no horizonte. O crescimento de Belo Horizonte trouxe pra esses lados o surgimento de novos bairros: São Bento, Santa Lúcia e Luxemburgo. Era quase desanimador para o novo Vigário celebrar. Dom Arnaldo e Pe. Muniz da Paróquia Menino Jesus foram dois “esteios” na nova caminhada. Apesar de não ser “mineiro”, o novo Pastor precisou aprender a virtude da paciência, e aos poucos tudo foi acontecendo e a certeza renascia na fé: “É uma obra de Deus!”.
Se somente meia dúzia vinham pra celebrar, celebrava-se como se a Igreja estivesse cheia. Atender e acolher os que chegavam meio “ressabiados”, curiosos com aquele padre com cara de menino, de sorriso largo. Numa atitude ousada, somente um mês após sua posse, propõe realizar uma Assembleia Paroquial com auxílio de Pe. Muniz. Um marco importante: quarenta paroquianos se fizeram presentes. Da Assembleia surgiram duas frentes importantes: Equipe de Liturgia e Conselho Pastoral Paroquial. Já significava uma vitória, um crescimento... Os jovens organizaram encontros para atrair outros jovens. Surge o Curso de Noivos e a Equipe do Dízimo.
Conhecendo o ditado mineiro: “agrada meu filho que você me agrada”, Pe. Danilo implanta a Missa das Crianças e assim, “ganha” as famílias através dos filhos. Essa Missa se tornou um marco paroquial e deu fôlego novo à Catequese. Outra vitória!
Pe. Danilo sempre pedia: “Me ajudem a aprender a ser padre, Pastor, Bom Pastor...” e em seu íntimo continuava afirmando: “Todo teu Senhor!”.
Os amigos de comunidades por onde já tinha passado sempre se fizeram presentes. A Paróquia ganhava novos ares, aprendia-se juntos e isto era muito bom. O Conselho e a Equipe de Liturgia, junto com o Pastor decidem por fazer de Pentecostes a festa da padroeira, lembrando a presença de Maria no início da Igreja. Dom João aprovou. Foi preparada uma Novena que até hoje é celebrada.

Os núcleos que dependiam da Matriz, provocados pelo Vigário, começam a desenvolver vida própria, a “voar pra longe do ninho” e surgem novas Paróquias a partir deles: Paróquia São Braz (22/02/1984), Paróquia São Bento (11/06/1986) e Paróquia Nossa Senhora do Morro (25/04/1987). Pe. Danilo continuava à frente das “novas filhas”, geradas no coração da “Mãe da Igreja”, mas novos Aprendizes de Pastores chegavam para cuidar das jovens Paróquias. Era preciso... também doído, mas necessário. Por muito tempo a Mãe da Igreja ainda sustentou as necessidades das filhas, até que firmassem seu caminhar e se tornassem independentes.
Eram passados seis anos desde que Pe. Danilo havia tomado posse e mostrado toda sua garra em abrir frentes, pastorais, unir e fazer caminhar movimentos, fundar Paróquias, gerar recursos, congregar o Povo de Deus.
O Convênio firmado para cessão temporária da Capela do Colégio Sacré Couer de Jésus à Arquidiocese e onde funcionava a Paróquia Nossa Senhora Mãe da Igreja era por um prazo de 20 anos, já havia se cumprido e as religiosas pediam o prédio em devolução.
O ano em curso era 1987 e a “Mãe” e seu Pastor e o povo, que haviam construído casas para suas filhas, precisava decidir como fazer com sua própria casa. Muita apreensão, novo desafio, renovada e ousada coragem para “começar tudo de novo”!
O Conselho Paroquial assumiu o desafio e junto com o Pastor enfrentaram com determinação a nova missão: construir uma casa nova e definitiva para a Mãe da Igreja. A reunião no Rio de Janeiro com as religiosas gerou um acordo-convênio para cessão de um terreno na Rua Iraí, onde se ergueria a nova Matriz. Reunião com o Colégio Pitágoras que, como parte interessada no imóvel, também participaria do projeto de construção. O desafio precisava ser cumprido num espaço de 24 meses e isso parecia reacender as forças do Pastor de Aldeia que mergulhou inteiramente no projeto, com auxílio do seu Conselho Paroquial, paroquianos e amigos (de perto e de longe), em grande número, que sentiram ser o momento e a hora de agir vigorosamente pela “Casa da Mãe”. Tijolo por tijolo, pedra por pedra, tudo foi acontecendo com as bênçãos de Deus e Maria.
Ali também se confirmava: é obra do Senhor!





















